Toda história é feita de duas histórias: a que as letras contam e a que as letras escondem'. Esta sentença, retirada de um dos contos de Tenho um cavalo alfaraz, talvez seja a que melhor expresse as preocupações de Ivone C Benedetti. Aqui, como em seu excelente romance Immaculada, História e história se entrelaçam para compor um painel dos impasses, pessoais, mas coletivos, do Brasil. Seja remetendo aos incêndios dos edifícios Andraus e Joelma, seja evocando um episódio do Brasil do Século XVII, sobreleva-se o magnífico trabalho de linguagem da autora, uma das mais interessantes destes novos tempos.
Luiz Ruffato
Toda a operação que ela fez no gênero romance efetua neste outro gênero: está no livro o esforço de construir um mundo autocentrado para cada um dos relatos. E não é por serem breves que Benedetti abandona a artimanha de erigir um arco dramático, uma jornada emocional, para todas suas personagens".
Vinícius Jatobá